O pensamento de Vito Letizia
Ao longo dos últimos anos de sua vida, Vito Letizia produziu uma série de artigos, ensaios e aulas sobre os mais diversos assuntos. Apesar do tempo passado, os temas que Vito aborda e sua crítica aguçada não perderam em nada sua atualidade e importância.
Alguns textos foram publicados em revistas como “O Olho da História” ou em livros, outros apenas no site de Cemap-Interludium. Esta página é um índice de todos os que já reunimos. A pesquisa em seu acervo, que está em andamento, mostra que também existem artigos inéditos, que pretendemos publicar conforme sejam identificados e catalogados. Ou seja, esta página terá atualizações!
Vito Letizia no ‘Seminário das Quartas’
Em 26 de outubro de 2011, Vito Letizia deu uma de suas últimas palestras públicas, como convidado do “Seminário das Quartas”. O encontro, organizado pelo filósofo Paulo Arantes, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP), teve como tema a crise do capitalismo. Publicamos aqui a transcrição da palestra e do debate que se seguiu. Continue a ler→
Destruição da Amazônia financia o crescimento brasileiro
Em entrevista à revista “Caros Amigos”, Vito Letizia faz um balanço da crise mundial do capital, e em particular do lugar ocupado pelo Brasil e suas perspectivas. “Há uma crise na zona do euro, uma crise de acúmulo de dívidas públicas, que já há algum tempo impede os países da zona do euro de ter um déficit público máximo de 3% do Produto Interno Bruto (PIB). Nem a Alemanha, que é o país mais forte, está cumprindo esse objetivo.” Continue a ler→
O lançamento do site de Interludium
O site Interludium – reflexões anticapitalistas foi lançado em 23 de outubro de 2011, com uma palestra de Vito Letizia na sede da Associação dos Professores da PUC-SP (Apropuc). Sua criação foi um dos resultados do processo que começou com o grupo de estudos marxistas formado na PUC e para Vito tinha uma importância extraordinária como aglutinador das reflexões e discussões que se estenderam e ampliaram por mais de uma década. Continue a ler→
Do objeto útil ao valor
Riqueza, em termos gerais, é o conjunto das coisas capazes de satisfazer necessidades. Muito mais do que nos modos de produção precedentes, em que as trocas estavam menos desenvolvidas, a riqueza no modo de produção capitalista é constituída por mercadorias. Pois tudo que é apreciado na sociedade capitalista é comerciável e nela quem nada tem para vender e nada pode comprar não tem acesso à riqueza. É necessário, portanto, primeiramente definir esse elemento essencial à sobrevivência na sociedade capitalista: a mercadoria. Continue a ler→
Vito Letizia propõe uma volta a Marx
“A esquerda deve lutar para que o povo brasileiro tenha acesso a tudo o que lhe foi historicamente negado. Mas, absolutamente tudo lhe foi negado: a terra, o próprio país.” Em entrevista a José Arbex Jr., da revista Caros Amigos, Vito Letizia propõe um retorno à crítica da economia política de Karl Marx e uma releitura da experiência histórica da esquerda, a começar pela demolição do conceito de “vanguarda” e pela crítica aos métodos e concepções sobre classes sociais, partidos revolucionários e direções dos que se dizem marxistas. Continue a ler→
História e Consciência de Classe
A partir de uma excelente exposição do pensamento de Engels sobre a contradição entre os motivos que fazem os homens agir e as forças históricas que fazem tais motivos surgir, Lukács vai além e cria um edifício de arrazoados sobre um assunto que não mereceu atenção, quer de Marx quer de Engels: “a consciência de classe”. O novo tema adquiriu interesse quando da vitória bolchevique na Rússia e das inevitáveis comparações do partido russo com a social-democracia da Europa Ocidental. A todos os esperançosos no futuro da Revolução de Outubro pareceu que os bolcheviques teriam atingido um “nível de consciência” superior, capaz de iluminar o caminho para o socialismo. Esperança que depois se frustrou. Continue a ler→
A grande crise rastejante
A crise econômica atual, irrompida em 2008, embora tenha produzido no mundo maior destruição de capital e emprego do que a Grande Depressão, já está sendo considerada declinante ou encerrada pela maioria dos economistas. Os porta-vozes de mais de um governo, principalmente na área capitalista periférica, estão anunciando o “fim da crise” e alguns, como o Brasil, já estão falando até em “pós-crise”. Como é isso possível? Continue a ler→
Enfrentar a grande crise
Segundo Clément Juglar, o teórico dos ciclos econômicos, a riqueza das nações pode ser medida pela violência das crises que atravessam. Sendo assim, pode-se dizer que desde agosto de 2007 os EUA estão demonstrando que continuam a ser a nação mais rica do mundo. E em setembro do ano seguinte, o mundo percebeu que não será mero espectador dessa demonstração. Também percebeu que a serenidade de Juglar não é comum entre os economistas de hoje, pois o que mais se vê são comentários indignados sobre os riscos assumidos por bancos e grandes empresas do planeta, e sugestões de novas regras de avaliação e controle das atividades financeiras. Continue a ler→
O termidor da Revolução Russa
Toda revolução, no sentido próprio do termo (adquirido a partir da Revolução Francesa), é uma crise de dominação de uma classe social. O conjunto de acontecimentos que constituem tal crise põe em movimento um processo de derrubada de uma classe social dominante. Evidentemente, tal tendência pode não se realizar e a dominação em vigor pode sobreviver à crise; ou pode se realizar a meias, dando origem a uma dominação renovada, em que parte das classes sociais antes subalternas passa a partilhar o poder com parte da classe previamente dominante (como ocorreu na Revolução Inglesa). Mas no caso em que a revolução se desenvolve até suas últimas consequências há uma mudança qualitativa. Continue a ler→
Estamos apenas no início de uma grande crise mundial
Nesta entrevista à revista Caros Amigos, Vito Letizia põe em foco a América Latina. Com sua habitual lucidez, ele analisa o advento do “chavismo” (incluindo a proposta que se tornou conhecida como “socialismo do século 21”), e as perspectivas postas para as lutas travadas por trabalhadores urbanos e rurais, combinadas, na primeira década do século, com a emergência significativa das mobilizações dos povos originários. O Brasil, obviamente, merece um destaque especial, em particular no que se refere ao início de um balanço necessário sobre a trajetória do PT, da CUT e de importantes movimentos sociais, como o MST. Continue a ler→